sexta-feira, abril 29, 2016

Dividir para Conquistar

As últimas três semanas foram muito corridas, um novo contrato com a Microsoft Press surgiu do nada...conversa fiada, eu que fui atrás de mais trabalho. O fato é que vem mais um livro por aí, e esse será sobre segurança de Azure. Quando anunciei isso e anunciei que estava escrevendo este livro com meu velho amigo Tom Shinder, uma pessoa me perguntou: Yuri, eu já notei que todo livro que você escreve tem sempre um coautor, por que isso? Boa pergunta e vou lhe explicar. Eu escrevi meu primeiro livro em 2001, o de Certificação CCNA Cisco e notei o quão trabalhoso é para escrever um livro e que o retorno financeiro relacionado ao tempo necessário para escrever é quase nada (é verdade). Porém, eu gosto de escrever e gosto de lançar livro (aqui na minha página da Amazon tem 11, porém não tem aí alguns que saíram só no Brasil), mas depois do primeiro percebi que é muito melhor convidar alguém para trabalhar com você, dividir os kudos e dividir o trabalho para alcançar mais.
 
Lembro de uma entrevista entre Steve Jobs e Bill Gates, aquela famosa entrevista dos dois depois de anos sem terem gravado algo. O entrevistador faz uma pergunta que server para ambos, mas ele começou por Steve Jobs e disse: Steve o que o Bill Gates fez que você gostaria de ter feito? O Steve nem pensou muito, ele disse: "Eu acho que o Bill Gates e a Microsoft foram bem melhores em fazer parcerias com outras empresas." Para mim essa é uma fórmula extremamente necessária: fazer parcerias para que você cresça, habilite outras pessoas para crescerem também neste processo e com isso vá alcançando mais.
 
De todos estes livros que lancei, apenas dois autores já eram autores quando eu os convidei para escrever o livro (no caso Tom e Deb Shinder), pois sim, todos os livros foram projetos que eu apresentei para editora, ou seja, sempre a sinopse e o plano foram meus. Com o de Security+ convidei meu amigo de longas datas Daniel Mauser, um excelente profissional na área de segurança, que não tinha experiência na autoria de livros mas eu sabia que ele iria dar conta devido a sua capacidade técnica. Neste mesmo projeto convidei o MVP de Segurança e um amigo/irmão, Alberto Oliveira para fazer a revisão técnica, justamente pela sua capacidade técnica também. Todos os livros tiveram um pensamento muito profundo no que tange o fator: coautoria. Por exemplo: meus últimos dois livros de Enterprise Mobility, eu convidei autores que nunca tinham escrito um livro, mas que eram companheiros de trabalho na Microsoft, sabiam o tema e eu confiava na trabalho deles: Jeff Gilbert e Robert Mazzoli.
 
Até meu livro não técnico, a qual convidei uma fisiculturista profissional (Jodi Miller) teve uma lógica, não só ela era profissional no assunto, mas também tinha sido professora de inglês, e como esse seria meu primeiro livro não técnico, era preciso alguém que pudesse dar um "ar" de conto de história ao livro, e ela fez. Nada foi por acaso e nunca será, pois parceria seja sobre o que for precisa ter uma lógica que beneficie ambas as partes, tanto o que está convidando para o projeto quanto o que está sendo convidado.
No projeto dos livros de Enterprise Mobility fui audacioso, mandei um email direto para o VP (Vice President) da Microsoft de Enterprise Mobility, Brad Anderson convidando ele para escrever o prefácio e ele aceitou. Neste novo projeto (Azure Security), mandei um email para o Mark Russinovich, convidando ele para escrever o prefácio, e ele aceitou (foi mais fácil pois eu já conhecia ele de outros projetos). Mas meu ponto é: não tenha medo de perguntar (claro, não vai fazer uma pergunta abestada para um Vice Presidente de uma grande empresa por que senão tu queima teu filme - preste atenção mah). Não tenha medo de tentar, desde que você acredite na sua ideia e no seu projeto, use seu elevator pitch para vender essa ideia seja pra quem for.
 
Sessão de autógrafos no Ignite (Chicago 2015)
Faça parcerias, habilite outras pessoas a terem sucesso, veja essas pessoas crescerem com o resultado direto desta parceria. Isso tudo pode não trazer um ganho financeiro direto, ou não trazer a quantidade que você esperava, mas lhe digo uma coisa: ver alguém crescendo como resultado de uma parceria que você iniciou, é algo extremamente satisfatório, lhe enriquece como pessoa e como profissional.
 
 

terça-feira, abril 26, 2016

Não limite sua visão


Hoje cedo fui ao médico fazer exame de sangue em jejum, na volta, claro, vinha varado de fome e para que o tempo pudesse passar mais rápido, comecei a ouvir o audiobook do Zig Ziglar que tenho no meu celular. Durante o capítulo que ouvi hoje, Zig estava falando justamente sobre a importância de visualizar sua vitória e acreditar que acima de tudo, é possível chegar lá. Neste capítulo ele conta a história de um amigo dele que morava no Canadá cujo o filho nasceu com paralisia cerebral. O amigo foi em vários médicos (20 para ser mais preciso) e todos disseram a mesma coisa: seu filho não vai andar, não vai contar até 10 e você deveria coloca-lo numa instituição especializada.
 
Este pai não desistiu, continuou a procura de novos médicos e finalmente achou um dos melhores especialistas no assunto, o problema é que o cara era tão bom, que tinha uma lista de espera de 3 anos. O pai não desistiu, contatou o consultório e colocou o nome da lista de espera, por pura sorte, 15 dias depois ele foi chamado, pois um outro paciente da Austrália havia cancelado sua consulta. Depois de uma bateria de exames o médico disse: seu filho de fato tem paralisia cerebral grave, mas é possível melhorarmos a condição dele, porém eu preciso saber se você está preparado para lutar com ele, pela sua recuperação por anos e anos e lembre-se que pode ser que o ano finalize e você não veja evolução nenhuma, mas você não poderá desistir, deverá manter a confiança no processo e estimular seu filho a continuar tentando, você está pronto? O pai claro não titubeou e disse: eu faço o que foi possível e o impossível.

O tempo passou, muitos anos passaram e um dia o filho, que estava sendo acompanhado por um fisioterapeuta e por um bodybuilder, mostrou-se pronto para demonstrar uma grande evolução. O fisioterapeuta e o bodybuilder chamaram a família e disseram: agora você verá seu filho fazer um apoio de frente. O filho então começou o movimento, ele suava, suava muito, mas executou o movimento completo. Todos se emocionaram com o feito, muito choro e alegria. Era uma vitória para todos!

Para encurtar a história, os anos passaram e esse garoto hoje anda de bicicleta, skate e fala, TUDO QUE UM DIA OS 20 MÉDICOS DISSERAM QUE ERA IMPOSSÍVEL SER FEITO. Pois bem amigos, qual é a lição que tiramos disso tudo? O impossível é uma questão de perspectiva. Se você já começa um processo (seja qual for, o de estudar para uma prova, treinar para competir, fazer uma dieta para emagrecer, etc) dizendo: vai ser impossível chegar onde eu quero, bem, você acaba de acertar, será impossível mesmo pois você já criou essa barreira e qualquer falha, será motivo para seu subconsciente dizer: num te disse que era impossível seu teimoso!

Quando trata-se de crescimento profissional, pessoal, físico ou seja o que for, é muito importante que você não crie esta barreira, pois você vai acabar atrapalhando sua própria evolução. Imagine se esse pai da história que acabei de contar, tivesse desistido após ouvir de 20 médicos que era impossível o filho dele andar? Imagine se depois de um ano tentando ele tivesse perdido a esperança e jogado a toalha? Muita coisa na vida só irá acontecer depois do trabalho contínuo, dia após dia da mesma sequencia de tarefas. Tem coisas que de fato demoram muito, muito tempo, mas é assim mesmo que funciona e precisamos estar prontos para isso, caso contrário, não há vitória e a vida torna-se cheia de razões para arrumarmos desculpas para o que deixamos de fazer.

Em suma: Impossível é uma condição momentânea e não uma realidade eterna.

sexta-feira, abril 15, 2016

Transparência

No mundo mágico das redes sociais, onde fala-se o que quer e ouve-se o que não quer, há surpresas todos os dias. Mas essa semana tive uma surpresa no mínimo “interessante”, pois muitas vezes sou “chamado atenção” por posts considerados “pesados” para os olhinhos meigos de alguns, mas dessa vez não, dessa vez foi outra “nóia”.

Estou a trabalho em Redmond, e confesso que nunca, absolutamente nunca gostei de viagem a trabalho. Faço pois é meu dever e procuro executar com qualidade enquanto estou fora, mas agora dizer: “rapaz, não vejo a hora de viajar a trabalho”, isso nunca ocorreu. Lembro que quando trabalhava na Telemar em 1999 e tinha que ir na Telemar do Rio de Janeiro, eu ia de manhã, fazia o que tinha que fazer e voltava no último vôo, mas chegava em casa no mesmo dia. O meu motivo é simples: não gosto de ficar longe da minha família. Claro, que existem ocasiões que são necessárias, e provei que posso fazer sacrifício caso seja necessário, basta lembrar dos seis meses que fiquei sozinho nos EUA quando me mudei e família não pode vir.

Eu conheço gente que faz é arrumar desculpa para viajar a trabalho, conheço “caboco” que não perde inclusive a oportunidade de ter relações extra-conjugais quando está em outros estados. Eu não digo nada, eu observo e nem sequer critico, cada um faz o que bem entender da vida. Agora, não me venha criticar minha forma de agir com minha família que aí o bicho pega.

Esse ano fazem 18 anos que estou com minha esposa, e não tenho vergonha alguma de dizer que parece que ainda estamos nos primeiros seis meses de namoro. Não ficamos longe, somos de fato grudados e sinto falta mesmo quando estou longe. Agora qual o problema disso? O problema é quando um Zé Ruela vem com piada dizendo: “pra que essa paixão toda, vai curtir esse momento fora de casa”....humm, o caboco deve ser muito infeliz para dizer isso viu. Por que para mim a felicidade está em casa, que é onde minhas eposa e filha estão, o resto é operacional.


Mais uma vez, não critico quem faz uma viagem de trabalho uma pequena “personal vacation”, mas este não sou eu. Quando fui para Madrid em 2014 para o TechEd, fui no dia que era para ir e voltei no dia que terminou. Poderia ter extendido? Sim, claro, mas na boa eu simplesmente não vejo graça em conhecer lugares novos, curtir coisas sem ter minhas meninas do meu lado para curtir também aquele momento.


Talvez, apenas talvez eu esteja pagando um pequeno preço por expressar minha paixão pela mulher da minha vida ao ser transparente nas redes sociais? Talvez, mas o fato é que Zé Ruela nenhuma paga minhas contas para vir com papo furado para o meu lado e querer dizer o que devo fazer, portanto, cale-se.

segunda-feira, abril 04, 2016

Não seja coadjuvante no maior papel da sua vida

Este final de semana finalmente assisti ao filme Steve Jobs, com Michael Fassbender. Diferente do filme Jobs com Ashton Kutcher, esse foi um filme que expôs mais os "podres" do Steve Jobs, principalmente como Pai da sua primeira filha Lisa (que foi extremamente renagada no começo). Mas também tem um trecho bem interessante onde Steve Woz diz: você nunca criou um código, você não é engenheiro, você não é Designer, mas você sempre ganha o crédito.”....muito adoradores do Jobs ficaram estarrecidos com isso, mas Woz confirmou isso várias vezes. O que mostra que Jobs era um visionário e também um grande Marketeiro, que fez o lançamento do Next sem sequer ter um sistema operacional pronto, que vendia o que não tinha e prometia o que não existia. Mas, tudo dava certo no fim e para o mercado é isso que importa.

Mas meu post não é para falar de Steve Jobs, o mito da Apple e sim para falar da importância do Pai na vida de uma pessoa. Durante o filme Steve mostrou ter uma fraqueza muito grande com relacionamentos intensos, afinal ele foi abandonado pelos Pais e como ele mesmo disse para a filha dele no final do filme: I was poorly made (Eu fui pobremente feito). Essa foi a forma que ele justificou os erros de Pai para com ela, e eu entendo perfeitamente. Uma pessoa que não tem a base familiar boa pode ter um grande futuro (Jobs é a prova disso), mas aquela lacuna que nunca foi preenchida vai lhe morder lá na frente. E foi o que aconteceu com ele, no momento de desempenhar o maior papel da carreira dele, ele foi um coadjuvante.

Por concidência hoje estava lendo este artigo que fala um pouco sobre isso. Neste artigo, escrito pela psicóloga Betty Monteiro, ela diz:

“Por isso, é necessário que o pai não esteja apenas fisicamente presente, mas que contribua para a educação e a formação dos filhos, e não seja indiferente ao desenvolvimento deles. Quando uma criança se sente rejeitada pelo pai, ou não se sente que é desejada como um filho, pode ficar frustrada, insegura e ansiosa. Já quando o filho se sente querido, a sensação de bem-estar é muito maior e isso é essencial para o desenvolvimento emocional.”

Coloco em negrito o desenvolvimento emocional pois isso é fundamental para uma criança crescer bem e tornar-se um adulto que possa expressar seus sentimentos e dar valor aos relacionamentos. Quando meu Pai saiu de casa eu tinha quatro anos, não tenho nenhuma memória do meu Pai dentro de casa, levando uma vida normal. Quando penso nessa época só me lembro dele indo me buscar em algumas datas pra passear, para ir em um jogo de futebol, etc. Cresci com um relacionamento super conturbado com ele, e de fato só ficamos amigos mesmo depois de velho, depois do meu segundo casamento é que encontramos a estabilidade. É uma pena, pois vivi poucos momentos com ele, porém, ao invés de tentar achar culpados por erros do passado, prefiro absolver todo este ensinamento (do que se deve e não deve fazer) e procurar ser um Pai melhor para minhas filhas.


Família: a base de tudo

Hoje me sinto realizado no trabalho, na vida pessoal, mas esta realização nem sequer se compara com a felicidade de ser Pai e participar de tudo. Desde momentos simples em casa, até grandes momentos para elas. Por isso amigo, se você é Pai, ou pretende ser, saiba que não haverá maior papel na sua vida (e não interessa qual seu cargo, status social, nada) que o de ser Pai.


Por fim, recomendo a leitura do blog de uns amigos meus que traz muita dica e textos bons sobre o assunto. Acesse http://www.depaiparafilho.com/