terça-feira, novembro 25, 2014

Resoluções de Ano Novo – Hora de Mover para o Próximo Nível ou Continuar se Enganando

Que final de ano intenso, ocupado, atolado de projetos mas feliz por estar vendo “progresso” em tudo que venho abraçando ultimamente. Mas nem sempre foi assim, houve uma época que final de ano era a chance de ver um ano novinho começando e com ele tentar mais uma vez cumprir as famigeradas “resoluções de ano novo”. Esta semana assisti o vídeo abaixo do Tony Robbins (não está legendado, mas o inglês é de fácil entendimento). Este vídeo foi lançado em um dia 15 de Janeiro (não sei o ano), e segundo Tony este dia (15) é geralmente o dia que suas resoluções de ano novo caso não tenham começado não irão mais começar (cut off day).

O vídeo é intenso e cheio de verdades e uma destas verdades é a tal da “mudança” que todos tentam focar. Mudar para algo melhor, mudar de vida, mudar a rotina, mudar...mudar! Porém, tudo muda você querendo ou não, seu corpo vai mudar de uma forma ou de outra, o tempo vai mudar, seu dia vai mudar, tudo muda e isso é parte da natureza. Então, o foco não é em mudança mas sim em progresso! O progresso diário a caminho do objetivo que você traçou, seja na sua carreira, seja na sua atividade física, na sua relação amorosa, nos estudos, etc.

Desde que comecei minha mudança de estilo de vida, uma das coisas que faço diariamente é tomar notas do meu progresso físico, sim, diariamente eu me peso, diariamente eu tomo nota do que como (uso o MyFitnessPal para isso), diariamente tomo nota de mudanças que ocorreram no treino, como determinado músculo se comportou, etc. Isso falando do progresso físico, no trabalho também tenho uma estratégia semelhante, pois tenho uma lista de tarefas para fazer e diariamente marco o que foi feito e o percentual (aproximadamente) que falta para terminar. Isso tudo virou rotina depos de três anos seguindo a mesma estratégia. Nos últimos três anos consegui cumprir todas metas que tracei: terminei minha pós-graduação, terminei meu mestrado, escrevi um livro (Cloud Essentials), cumpri com minhas atividades na Microsoft, fiz as reformas na casa que estavam planejadas, fiz as viagens de férias que estavam planejadas, melhorei como Pai, marido e filho e ainda competi pela primeira vez em um campeonato de fisiculturismo. Sem dúvida eu agradeço isso ao planejamento e a constante monitoração do tal do progresso. Outras coisas não foram planejadas, mas ocorreram como consequência do trabalho, como por exemplo assinar um novo contrato com a Microsoft Press para um novo livro, que por sinal foi anunciado hoje no site da MS Press. Isso é bom, pois muitas vezes o resultado de um trabalho não é apenas alcançar o objetivo, mas também abrir portas para novas oportunidades.

Essa semana tive a grata surpresa de achar no XBOX Music (para assinantes) no meu Windows Phone uma série de CDs do Tony Robbins, baixei todos. Durante uma das minhas sessões de cardio na escada (ver figura abaixo) escutei parte deste CD mostrado na foto.

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A parte que mais me chamou atenção foi “The Pressure Cooker” (A Panela de Pressão). Aqui dois pontos interessantes (tem vários outros) desta faixa:

  • Ser exigente consigo mesmo - eleve seus padrões de expectativas para com seus resultados para que você seja seu maior crítico.
  • Diga a verdade para você mesmo - um grande exemplo que ele utilizou foi justamente a questão do sobrepeso, ele disse: “Ah, eu estou só um poquinho acima do peso”, ele replica: “não se engane, tire a roupa e fique nu na frente do espelho, vc tem uma bunda gorda maior que Chicago!”. Não minta para você mesmo, admita seus pontos fracos e trabalhe para resolver.
  • Seja preciso nos seus objetivos: apenas dizer quero emagrecer não é suficiente, seja objetivo. Lembro que em 2011 quando comecei a treinar falei para meu treinador: nos próximos 3 meses quero perder 30 libras. Depois disso estabelecemos outras metas e assim foi. Mas tudo era específico e nada vago. Tem gente que diz: “quero ficar forte”. O que é ficar forte? Com mais força? Com mais músculos? Seja preciso para que você possa voltar para o primeiro bullet acima e cobrar de você mesmo.

Ano novo está chegando e a medida que vamos organizando as idéias e os objetivos para o que queremos no ano seguinte, precisamos ser precisos nos objetivos e principalmente como monitorar o progresso. Sem monitoração continua deste progresso as chances de falhar são grande e mais uma vez as resoluções de ano novo tornam-se lindas apenas no papel, ou no status do Facebook.

sexta-feira, outubro 31, 2014

Dilemas

Hoje é Halloween aqui nos EUA e estava preparando uma montagem para colocar como cover da minha página. Usei uma das fotos tirada logo após a minha competição pelo fotógrafo James Allen (essa é a foto original) e montei com outras (usando velhos skills de Corel PhotoPaint – afinal, um dia já fui designer gráfico e tive uma empresa chamada ArtMicro – na época do Corel 4). Pois bem, o resultado foi esse abaixo:

A medida que ia montando esta imagem me passava pela cabeça alguns fatos que ocorerram. Imediatamente eu pensei em situações onde costumamos dizer no Brasil: “entre a cruz e a espada”. Quantas vezes você já teve que decidir entre não fazer nada e ficar na “zona de conforto” ou ter que arriscar perder algo mas caso dê certo ganhar muito mais? Na imagem a coisa é um pouco diferente, não estava na zona de conforto, na realidade já estava em uma zona de fogo e para avançar era preciso encarar um monstro. Na vida muitas vezes temos que sair de uma situação não confortavel para uma pior (existem vários monstros que temos que encarar na vida) ainda para que possamos ter um futuro melhor.

Durante esta semana pós-eleição no Brasil, vi muita gente falando: tenho que sair daqui. Muitos falam mas não vão tomar ações concretas para fazer acontecer e muitas vezes você sabe por que? Justamente com medo de trocar o certo pelo duvidoso. Muitas vezes existe o medo do que não é conhecido, e com isso é preferível ficar em uma situação disconfortável ao invés de encarar este medo. Na vida temos sempre que encarar o medo, seja ele de encarar um novo emprego, um novo projeto, uma nova dieta, um novo treino, seja qual for a razão do medo você precisa encarar para assegurar que este medo não vai ser seu impecilho de evoluir na vida.

E para terminar lhe deixo com este “quote” de Eleanor Roosevelt:

“I believe that anyone can conquer fear by doing the things he fears to do, provided he keeps doing them until he gets a record of successful experience behind him.” ~ Eleanor Roosevelt

Pra frente, com ou sem medo!

terça-feira, outubro 28, 2014

Uma Opinião sem Bias Acerca do Preconceito

Antes de começar, vou me aprensentar:
Sou orginal de Fortaleza, CE, nasci e me criei na capital e por lá fiquei até meus 27 anos. Sou fascinado pelas belezas naturais do Nordeste e sou contra preconceito.
Bem, agora vou externar minha opinião acerca do mi mi mi que está havendo de ambos os lados acerca desta paranoia de preconceito. Existem comentários terríveis que foram feitos sobre Nordestinos: sim. Todos comentários são preconceituosos? Não. Os Nordestinos são santos? Não.
Erra quem radicaliza e diz frases do tipo: “faça um favor, mate um nordestino afogado”. Isso sim, é absolutamente ridículo e tem que ser denunciado. Agora quando Diogo Mainardi diz que o Nordeste é uma região que tem gente menos estudo, aí eu digo: me desculpe meu caro, mas ele está certo. Eu não gosto de ouvir isso, mas sou racional suficiente para análisar as coisas sem levar para o pessoal ou emocional. É precisar tirar o bias de fora e fazer análise crítica. O que ele falou é facilmente provado no artigo abaixo (dados do IBGE):
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-03-06/maioria-dos-analfabetos-vive-no-nordeste-e-e-idoso-mas-jovem-segue-nos-indices.html
Veja um dado importante deste artigo:
“Dos 13,4 milhões de analfabetos registrados em 2012 - dos quais 16,7% têm entre 20 e 40 anos - 7,2 milhões são da região
Meu amigo, é preciso fazer análise crítica da coisa sem ficar tomando dores. Saiba dicernir o que é preconceito e o que é fato. Os números estão claros e me entristece como Nordestino ver essa situação. Doi ver alguém falando isso, claro que sim. Mas é a mesma coisa da Professora chegar e chamar atenção do seu filho que fez algo errado, e ao invés de você entender o erro dele e corrigir, você ir brigar com a Professora. A única forma de evoluir é olharmos nossos próprios erros, ouvir as críticas e saber tirar aquilo como ensinamento para corrigir.

Importante: eu não estou defendendo o Diogo Mainardi quanto a outros comentários infelizes que ele fez, mas devo creditar a ele esta sentença sobre a educação que ele falou que procede.

Porém, com os nervos a flor da pele o que muito Nordestino faz? Rebate crítica dizendo que sofreu preconceito e pior, vai lá e bate de volta com mais preconceito do tipo: “sulista playboy”, “bando de fi de papaizim” e por aí vai. O que ocorre? Vira uma bola de never que não tem fim. Aposto que vai ter um Zé Ruela que vai ler tudo isso que eu disse e ainda vai dizer: “olha aí, aquele Nordestino metido a besta dizendo que agente não sofre preconceito”. Aí eu respondo: “macho, estude mais um pouquinho o tema interpretação de texto.”
O Nordestino tem um potencial fantástico, todos que eu conheço que de fato querem fazer acontecer vão longe. Mas precisamos saber lidar com a “Emoção” e eu recomendo muito a leitura do livro abaixo que venho lendo e vem me ajudando muito nisso:
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Um dos pilares da inteligência emocional chama-se Self-Management e uma das características dela é a seguinte:
“Self-management is your ability to use your awareness of your emotions to stay flexible and direct your behavior positively. This means managing your emotional reactions to situations and people.” ~Bradberry, Travis; Jean Greaves (2009-06-13). Emotional Intelligence 2.0 (p. 32). TalentSmart. Kindle Edition.
É preciso você gerenciar suas emoções para que as suas emoções não gerencie suas atitudes. Não adianta criticar o preconceito rebatendo o mesmo de volta. Esse tal do “ódio” que ta todo mundo falando ultimamente é justamente este efeito em cascata onde nimguém para para “apaziguar” a briga e explicar os pontos reais e os pontos errados.
Outra coisa importante, esse negócio que o país ta dividido devido as votações é coisa de quem só olha para o Brasil. Todo país é assim (tirando a Koreia do Norte que estranhamente elege o doidim lá com 100% de aprovação – super confiável por sinal). Nos EUA por exemplo, veja como foram as últimas eleições:
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Tá dividido o país? Claro que tá, mas é normal e esperado macho...deixe de fulerage e não fique vendo cabelo em ovo. A divisão é de preferência e não de dividir o país fisicamente como alguns sugeriram (que também discordo disso). Porém, para vocês terem uma idéia que isso não é apenas uma coisa de Brasil, aqui nos EUA, o Texas é o único estado que tem autonomia para se disconectar dos EUA e virar um país. Quando o Governador do Texas sentiu que havia uma pressão (que não foi aprovada) para desarmar a população, ele foi claro: se isso acontecer nós iremos se desligar do resto do país. Então meu caro, não ache que divergências de opinão por regionalidade ocorrem apenas no Brasil, o que diferencia na maioria das vezes é como sabemos lidar com isso para aprender e evitar os erros no futuro.

É hora de “move on”, vai trabalhar pois independente de quem ganhou, a responsabildiade de trabalhar e entregar o serviço com qualidade é tua. Agora tu tem duas opções: passar o dia reclamando de preconceito ou por que teu candidato perdeu, ou ir fazer tu parte e tocar a vida.

quarta-feira, outubro 22, 2014

É Possível Liderar sem Inflamar

Importante: este não é um post político, portanto peço-lhe para não capitalizar o assunto no que tange a questão partidária (seja qual for o lado que você defende). O assunto é Liderar sem plantar o ódio.

Ao longo dos anos tive a oportuniade de ser guiado por líderes de diversas natureza, no esporte, na empresa e na política. Na minha época de primeiro grau menor, fui goleiro de futebol de salão, tinha bolsa de atleta, joguei na seleção do Colégio General Osório na sétima série e na seleção do Colégio Brasil na oitava. No mesmo período também joguei pela AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), sempre como goleiro.

Neste período de atleta tive diversos treinadores, e aprendi muito com eles. Porém, era notório que alguns tinham uma liderança positiva e outros tinham uma liderança negativa. Vamos a alguns exemplos de conversa no vestiário, no intervalo do jogo (e quando o time estava perdendo):

Liderança Positiva

Parte 1 da fala: apontar os erros e como consertar tais erros:

Pessoal, precisamos melhorar na defesa, estamos dando muito espaço...bla bla bla. Fulano, posicione-se entre o número 9 deles e o número 11. .....passado o esquema tático, vem a palavra final, que geralmente era motivacional.

Parte 2 da fala: levantar a moral do time com palavras motivacionais:

Eu confio em vocês, temos mais capacidade que isso que mostramos. O time deles é bom, sem dúvida, mas eu sei que podemos fazer melhor que isso e se trabalharmos como equipe, onde um ajuda o outro e cobre quando o outro errar, iremos vencer. Isso seguido de gritos de positividade do tipos (Vamos pra cima! Vamos lutar! Etc).

Por sorte, a maioria dos meus técnicos na época eram assim. Mas também tive vários discursos de liderança negativa.

Liderança Negativa

A parte 1 geralmente era a mesma, até mesmo porque o esquema tático era discutido sem crítica ao oponente (pelo menos isso).

Parte 2 da fala: levantar a moral do time com palavras que inflamavam o ego dos jogadores:

Porra, vocês estam jogando feito um bando de merda. Na hora de dividir a bola entra como uma moça, joga duro porra, se for para quebrar a perna do outro, quebre, mas não perca. Eles são um bando de frouxos, aproveite-se disso. Seja malandro, use o cotovelo....etc...

imageNotoriamente o discurso inflamava o ego de todos e a volta do intervalo tornava-se uma guerra ao invés de um jogo. Pois a grande maioria dos jogadores apenas seguiam o líder (neste caso o técnico). Iam pra cima sem sequer pensar no pós-jogo ou no fator ético de jogar. O resultado é que muitas vezes perdíamos pois facavamos mais em bater que em ganhar, ou mais em defender que fazer gol.

O tempo passou, deixei de ser um atleta e virei um profissional de tecnologia. Tive grandes líderes nas empresas que trabalhei, grandes gerentes que me ensinaram o valor da liderança positiva. Mas claro, também tive alguns que focavam mais em inflamar que em liderar.

Voltei a viver uma vida de atleta desde comecei a treinar para competir em fisiculturismo. Meu treinador sempre dizia: quando você estiver no palco, não se preocupe com os competidores, pois o que você já tinha que fazer você já fez, já treino bem, já fez sua dieta, já treinou as poses mandatórias, agora é com o juiz. Respeite seus competidores pois eles também trabalharam duro para estar alí e no final, todos vencem, pois todos que estam no palco superaram vários desafios para chegar onde chegaram fisicamente. A partir do momento que passei a focar em melhorar para mim e não para competir com outros, meus resultados sempre foram satisfatórios, pois mesmo que eu não ganhe o troféu, eu sei que aquela minha versão é melhor que a antiga.

Muito bem, agora a pergunta: aonde você quer chegar Yuri?

Pra mim foi muito triste ver um ex-presidente, que um dia foi símbolo de luta, ética e garra, chegar aonde chegou ao destilar ódio para uma platéia. Em particular enfatizo as seguintes palavras citadas pelo ex-presidente ao se referir ao candidato de oposição: "ser desprezível", "cafajeste" e "playboy mimado".

Eu moro nos EUA a 11 anos e já acompanhei duas eleições aqui (uma de Obama contra Kerry e outra de Obama contra Romney). Nunca vi (em ambos os lados) um discurso de ódio como esse, nem dos presidenciáveis nem de ex-presidente (Clinton nunca falou em tal tom contra os Republicanos quando defendia Obama e nem Bush falou em tal tom contra os Democratas). Na realidade, alguns dias atrás, George Bush (isso mesmo, o homem que o mundo classificou como tirano) deu a seguinte declaração ao ser questionado o que ele achava do Governo do Presidente Obama, o reporter tentou instingar uma crítica claramente, mas a resposta foi fantástica. Ele disse:

“The president has to make the choices he thinks are important. I’m not going to second guess our president. I understand how tough the job is. To have a former president bloviating and second-guessing is, I don’t think, good for the presidency or the country.” ~George W. Bush (Outubro de 2014 – Irving, Texas)
Entrevista completa aqui.

Isso chama-se “ética” e “respeito” mesmo que a pessoa em questão seja sua oposição. Infelizmente o resultado da liderança negativa que o homem a qual votei em 2002 está fazendo hoje em 2014 traz resultados catastróficos para o Brasil. Seus militantes estam inflamados, a reta final da eleição virou literalmente uma final de campeonato de futebol, onde o técnico do atual time campeão inflama sua torcida com agressões pessoais contra seu oponente. A razão saiu de cena, agora é puramente emoção, ideologia e ódio.

É importante que seja de qual lado você for, reflita sobre isso, pois todos são brasileiros, todos estam em uma mesma área geográfica, a liderança do ódio está partindo o Brasil e para quem um dia lutou tanto para unir o povo, hoje, durante o desespero, faz exatamente aquilo que um dia criticou veemente. Vote em quem quiser, mas não propague o ódio, seja ele com palavras, insultos ou agressões.

Vote na sua e pregue a paz e união acima de tudo!

segunda-feira, outubro 06, 2014

Flexibilidade sem Perder o Foco

Lá estava eu, de férias em Fortaleza em Julho deste ano quando ao olhar meu email vejo a novidade dos layoffs na Microsoft. Claro, susto todo mundo toma, não importa o quanto o “cabra” seja bom, ele sempre vai ficar com a “pulga atrás da orelha”. Na sexta, logo após o anúncio das demissões (que acredito eu foi na quarta) começo a receber emails de amigos da organização que caíram no pente fino e estavam saindo da empresa. Baque, principalmente para quem estava de férias e teve que digerir uma mudança não esperada como essa.

Ao chegar no Texas tivemos uma reunião e fui informado que estava sendo transferido para o time de Enterprise Mobility, devido a meu trabalho anterior com BYOD (o paper que escrevi) e das palestras que já ministrei na área. Beleza, gostei bastante pra falar a verdade pois era o que eu estava focado mesmo, involve segurança, nuvem e mobilidade: perfeito! Porém, tive que dar um passo atrás e analisar o cenário como um todo, pois agora estava com uma nova gerente, que na realidade é a diretora do meu ex-gerente. Várias perguntas vieram na minha cabeça de como fazer o assessment daquela situação, pois apesar do tema ser algo que vinha exercendo, eu iria para uma equipe especializada nisso e a expectativa é que eu chegasse “hit the ground running”. Meu primeiro passo foi estudar o problem domain: mobility, entender não só do ponto de vista MS, mas também do mercado o que isso significava, com isso resolvi estudar para a prova da CompTIA de Mobility+, que é uma prova vendor agnostic com vários conceitos importantes sobre BYOD, Políticas para Mobile devices, MDM, Security, MAM, etc. Puxei um pouco a corda neste um mês de estudo por que queria aprender ao máximo e fazer logo a prova, por isso vinha acordando cedo (quem viu isso no meu Instagram sabe do que estou falando). Um mês depois que começei a estudar por esse livro, hoje, fiz a prova e passei.

Porém, um dos meus pontos do meu post de hoje não é falar sobre passar (que é alcançar o objetivo quando se começa a estudar para uma prova), mas sim o que você aprendeu, e o que você se tornou durante o processo. Por isso hoje pela manhã quando acordei e li Tony Robbins, o trecho abaixo bateu como uma luva:

“Goals are a means to an end, not the ultimate purpose of our lives. They are simply a tool to concentrate our focus and move us in a direction. The only reason we really pursue goals is to cause ourselves to expand and grow. Achieving goals by themselves will never make us happy in the long term; it’s who you become, as you overcome the obstacles necessary to achieve your goals, that can give you the deepest and most long-lasting sense of fulfillment.”

Isso é pura verdade, até mesmo por que a alegrida de passar dura uma hora, duas horas, um dia talvez, mas o que você ganha com o processo que lhe fez passar é o que interessa e o que vale mais. Seja em uma prova ou seja em uma dieta para perder peso, ou seja em uma preparação para o campeonato. O processo de treino diário, disciplina diárias de fazer o que tem que ser feito é o que vai lhe trazer bagagem para vida.

O outro ponto deste post é para mostrar que mesmo quando estamos estabelecidos profissionalmente em empresas grandes, temos uma bagagem, um nome e uma reputação, nunca estamos seguros se nos deixarmos cair na “zona de conforto” e parar de evoluir, aprender e trabalhar duro. Se na sua vida profissional você se sentir muito confortável no que faz e não procurar desafiar a si mesmo para continuar melhorando, uma hora (como um layoff destes) você poderá ser afetado. Trata a empresa que você trabalhar como seu cliente, inove e entregue com qualidade. Quando terminar, repita tudo e sempre mostre seu valor, trate bem o seu cliente e sempre terá clientela.

Abraços!

quinta-feira, outubro 02, 2014

Produtividade: Maior Impacto com Menor Stress

Nesse mundo corrido da tecnologia, que ao invés de termos grandes releases a cada dois ou três anos, estamos marchando não só para released a curto prazo mas para atualizações diárias. Não há mais como dizer: me da um mês para aprender sobre isso. Agora calculamos em horas: me da umas horas para que eu posso me familiarizar. Já tem gente anunciando que trabalhar com TI é uma furada, a posição de Diretor de TI já vista está entre os 10 empregos mais odiados segundo a Forbes, e das dez posições de empregos mais odiados, quatro são de TI. Não é brincadeira, é fato!

Quando cheguei nos EUA em 2003 lembro que o nível de valorização que era dado para especialistas em um produto, ou as vezes em uma função do produto era imensa, hoje, se você é especialista em um produto apenas, segure seu emprego pois o mercado que mais que isso, o mercado que “broad knowledge” e não apenas em uma plataforma, mas em várias, principalmente com o advento de BYOD e Computação em Nuvem.

Com isso talvez possamos concluir que o nível de stress cresce, correto? Sim, sem dúvida, mas eu ainda acredito que é possível balancear se deixarmos de ser tão geeks. É preciso gostar do que faz, sem dúvida, mas você não precisa fazer daquilo sua única coisa na vida, sua única fonte de inspiração e pra onde vai estar indo toda sua entergia. Li um artigo recentemente fantástico, escrito por Lorrin Maughan, chamado Corporations are Refrigerators, e tem três recomendações neste artigo que funcionaram demais para mim nos últimos 3 anos sem eu mesmo saber que deveria aplicá-las. São elas:

1. Don't fall in love with a corporation (Não se apaixone por uma empresa)

Você pode até ser apaixonado pelo que faz, vestir a camisa da empresa, mas ficar apaixonado por ela pode ser perigoso, e se ela não retribuir, mesmo que depois que você dê todo seu amor? Seja profissional, assim como os jogadores de futebol são: eles tem o time de paixão desde criança, mas jogam em qualquer time. Vão beijar o escudo da camisa, mas no fundo, amor mesmo não rola.

2. Do make sure to pursue passions outside of work (Procure paixões for a do trabalho)

Essa recomendação eu sei bem como é, pois durnate muitos anos eu nem sabia o que era hobby. Em 2011 quando resolvi acordar para vida, eu entendi que ter paixões fora do trabalho me faziam bem. Não falar sobre trabalho no final de semana me fazia bem, em uma roda de amigos não tentar ficar resolvendo problemas técnicos me fazia bem, ter uma outra “turma” de amigos que pudessem falar de coisas diferentes do dia a dia me fazia bem. Quando entrei nessa de mudar meu físico, foi justamente em Outubro de 2011 e de lá pra cara não só sou mais feliz, como produzo melhor e de forma mais eficaz.

3. Don't (ever) consistently prioritize a corporation's needs over your own or those of your family (Não, nunca, priorize de forma consistente as necessidades da empresa sobre as suas ou de sua família)

Isso ocorreu inúmeras vezes comigo no passado, várias! Hoje não mais e com isso não só acompanho de perto minhas filhas mas também sou mais presente na vida delas. Isso não tem preço!

De todos os ensinamentos deste artigo, estes três vem sendo minha base pelos últimos 3 anos e vem funcionando. Todo processo de mundança é doloroso, não tem jeito. Porém, como diz Tony Robbins: aprenda a usar a dor ao invés de sentir a dor. É preciso você entender que o processo de mudança, seja ele qual for, poderá e muito provavelmente vai ser dolorido. Como postei no meu Instagram hoje (clique aqui para ler o que eu disse e pq eu disse):

Capture

Cara, eu não consigo tirar nem férias...

Esse é um erro serissímo amigo, hoje mesmo estava lendo o artigo The Secret to Increased Productivity: Taking Time Off. O nome já diz tudo né? Pois é, sair e desconectar do trabalho por uma semana a cada 3 meses é uma tática muito usada aqui nos EUA tendo em vista que não se tira férias (geralmente) de 30 dias direto. O fato é que é importante você tirar suas férias e fazer outra coisa completamente diferente de trabalho. Relaxe amigo, viva!

Em fim, a área de TI é fantástica, mas você precisa começar a se adaptar a ser menos geek (bitolado em

terça-feira, setembro 30, 2014

Levante e Brilhe

Quantas e quantas vezes duvidamos que estamos indo no caminho certo, quantas e quantas vezes nos questionamos se o que estamos buscando é importante pra nós e que de fato o caminho é árduo mas recomensador. Dúvidas são muitas, por isso: levante e brilhe todos os dias. Essa semana um amigo de Israel me mandou este vídeo, pois ele sabe da minha luta contínua para ser melhor do que eu era e com isso continuar a jornada. Este vídeo é fantástico e abaixo você tem a narratória completa dele, assista, faça a disgestão das palavras, entre no clima e se anime para um novo dia amanhã!

Rise and shine

6am and your hand can't make it to the alarm clock before the voices in your head start telling you that it's too early, too dark, and too cold to get out of a bed.

Aching muscles lie still in rebellion, pretending not to hear your brain commanding them to move

A legion of voices are shouting their unanimous permission for you to hit the snooze button and go back to dreamland, but you didn't ask their opinion.

The voice you've chosen to listen to is one of defiance.

A voice that's says there was a reason you set that alarm in the first place. So sit up, put your feet on the floor, and don't look back because we've got work to do.

Welcome to The Grind!

For what is each day but a series of conflicts between the right way and the easy way, 10,000 streams fan out like a river delta before you, Each one promising the path of least resistance.

Thing is, you're headed upstream. And when you make that choice, when you decide to turn your back on what's comfortable and what's safe and what some would call "common sense", well that's day 1. From there it only gets tougher.

So just make sure this is something you want. Because the easy way out will always be there, ready to wash you away, all you have to do is pick up your feet.

But you aren't going to are you?

With each step comes the decision to take another

You're on your way now

But this is no time to dwell on how far you've come. You're in a fight against an opponent you can't see

Oh but you can feel him on your heels can't you?

Feel him breathing down your neck

You know what that is? That's you...Your fears, your doubts and insecurities all lined up like a firing squad ready to shoot you out of the sky

But don't lose heart

While they aren't easily defeated, they are far from invincible

Remember this is The Grind

The Battle Royale between you and your mind, your body and the devil on your shoulder who's telling you that this is just a game, this is just a waste of time, your opponents are stronger than you.

Drown out the voice of uncertainty with the sound of your own heartbeat

Burn away yourself doubt with the fire that's beneath you

Remember what you're fighting for

And never forget that momentum is a cruel mistress, She can turn on a dime with the smallest mistake.

She is ever searching for that weak place in your armor

That one tiny thing you forgot to prepare for

So as long as the devil is hiding the details, the question remains,"is that all you got?", "are you sure?"

And when the answer is "yes". That you've done all you can to prepare yourself for battle THEN it's time to go forth and boldly face your enemy, the enemy within

Only now you must take that fight into the open, into hostile territory

You're a lion in a field of lions

All hunting the same elusive prey with a desperate starvation that says VICTORY is the only thing that can keep you alive

So believe that voice that says " you CAN run a little faster " and that " you CAN throw a little harder " and that " you CAN dive a little deeper" and that, for you, the laws of physics are merely a suggestion.

Luck is the last dying wish of those who wanna believe that winning can happen by accident, sweat on the other hand is for those who know it's a choice, so decide now because destiny waits for no man. And when your time comes and a thousand different voices are trying to tell you you're not ready for it, listen instead for that lone voice in decent the one that says you are ready, you are prepared, it's all up to you now.

So rise and shine.

Audio from TCU Baseball 'Rise and Shine Welcome to the Grind'

terça-feira, setembro 09, 2014

Academia Self-Service, será que funciona?

Estive no Brasil por quatro semanas entre Junho e Julho e vi de perto o crescimento das academias “self-service”, onde você praticamente pega sua ficha de acordo com um determinado perfil e faz os exercícios por contra própria.

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Deadlift com orientação do Professor Alexandre Melo (CTAM/Fortaleza – Julho 2014)

Isso não é novidade para mim, pois aqui nos EUA este sistema é amplamente utilizado e funciona, porém existem algumas diferenças culturais, por exemplo:

  • Aqui alunos de 6 série já são expostos a trabalho com pesos na escola. Supino, agachamento, levantamento terra, isso tudo se aprende na escola.
  • Aqui não existe a faculdade de Educação Física, com isso para ser Personal Trainer aqui, basta você ter experiência e em algumas academias eles exigem certificação. Essa certificação pode inclusive ser obtida online, como é o caso da ISSA, a qual planejo tirar quando tiver tempo, porém planejo tirar a de ISSA Fitness Nutrition.

Essas diferenças podem parecer pequenas, mas são super importantes para o mercado. No Brasil temos a profissão de Educador Físico, que acho extremamente louvável, importante e adequado. Principalmente em um país onde hoje em dia, em uma das melhores escolas de Fortaleza, a prática de Educação Física limita-se a prática de carimba. É sério, quando eu ouvi isso eu fiquei estarrecido, pois na minha época Educação Física tinha corrida, futebol, basquete, etc. Voltanto ao meu ponto, se nas escolas as crianças não são formadas para saber lidar com peso, como pegar uma pessoa leiga e colocar em uma academia “Self-Service”? É procurar por lesão, e vai encontrar rapidinho.

No mercado Brasileiro o Educador Físico qualificado tem um papel super importante e precisa ser respeitado. É claro que existem vários tipos de educadores físicos, os bons e os chamados de “treinador pino”, que é aquele que só troca o pino da máquina e manda o aluno fazer mais 12. Hoje em dia este tipo de educador tende a sumir do mercado, pois com o crescimento das academias self-service eles não são mais necessários só para trocar o pino. O Educador de verdade vai criar um treino customizado, acompanhar cada movimento, observar a velocidade, forma e intensidade do movimento. Vai lhe motivar e fazer ajustes para aprimorar o treino. Aí sim, ele vai estar agregando um valor que academia Self-Service não terá, jamais.

Então quer dizer que no Brasil este tipo de academia não funciona? Não foi isso que disse, na realidade esse tipo de academia no Brasil tem tudo para crescer a medida que a musculação vem sendo tão difundida e pessoas que já frequentaram academias com o “Treinador Pino” já sabem se virar sozinhas. Então que dizer que Professor de Educação Física está com os dias contados? Não é isso que disse, disse que o “Treinador Pino” está com os dias contados, o verdadeiro Educador Físico não só terá espaço no mercado, mas sua função tende a ficar cada vez mais importantes para mostrar os verdadeiros resultados de um bom sistema de treino.

Em suma, vai existir espaço para todos e não vejo como fugir disso, porém apenas os capacitados sobreviveram nesta batalha da melhor forma e da agregação de valor para o cliente.

segunda-feira, setembro 08, 2014

Gerenciando Dores Durante Treinamento de Hipertrofia

Um dos grandes problemas que venho enfrentando desde deixei de ser obeso é a famigerada dor nos joelhos. Muitos pensam: mas como se você perdeu peso, não era para estar se sentindo melhor por estar mais leve? Em regra geral é verdade, porém no meu caso o estrago já estava feito nas minhas juntas. Depois de 10 anos obeso desenvolvi artrities nos dois joelhos. Já fiz tratamento com injeção direto no joelho para melhorar a flexibilidade (imagine isso como um oléo em uma junta enferrujada) o que trouxe melhoras, porém são temporárias. Isso não tem cura, como eu disse o estrago no joelho já está feito e os médicos simplesmente dizem que é preciso gerenciar a dor.

Mas como treinar perna para crescimento muscular com tanta dor? Bem, isso é algo que venho fazendo a pelo menos um ano. Na minha preparação para o compeonato de fisiculturismo que participei em Austin, Texas eu tinha que focar em definição e manutenção da massa muscular. Para o resto do corpo tudo bem, mas para pernas foi complicado devido as dores infernais. Até que depois de muitos ajustes comecei à aprender a adaptar os execícios e também dismitificar o famoso: “treina pesado” que os “morombeiros” adoram dizer. Como assim? Eu sempre ouvi dizer que para crescer tem que treinar pesado para quebrar fibras musculares....bla bla bla.

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Final do primeiro treino de perna depois da competição em Junho/2014

Aprendi a fazer este gerenciamento e desmistificar este mito que tem que empurrar peso para crescer na academia que treino (Destination) e mais cientificamente com um colega chamado Dan Newmire. O Dan além de ser um fisiculturista de nível nacional aqui nos EUA, também é Professor e está concluindo seu PhD em fisiologia do exercício, em suma: sabe um bocado. Ele não conversa nada sem passar referências e uma das referências que ele me passou para me convencer que para ativar Muscle Protein Synthesis o treino de baixo volume e muitas repetições pode ser em alguns casos até mais efetivo que o treino de alto volume (referência Low-Load High Volume Resistance Exercise Stimulates Muscle Protein Synthesis More Than High-Load Low Volume Resistance Exercise in Young Men). Além disso o que me ajudou também foi o uso de técnicas que limitam o “range of motion”, o que seria isso? Se você tem os joelhos saudáveis é normal que você queira fazer agachamento por exemplo indo abaixo da linha do joelho, como faz o Steve Kuclo aqui neste vídeo gravado também lá na academia que treino.

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(Origem: http://youtu.be/-seUN9sYQQs)

Porém note o “range of motion” feito pelo Dan no mesmo vídeo:

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(Origem: http://youtu.be/-seUN9sYQQs)

Note que ele não vai nem até 90 graus e essa é uma escolha dele, pois ele entendendo as necessidades do corpo dele e faz uma série específica para poupar as juntas e manter o crescimento muscular do quadriceps (e ele não é pequeno não, veja a rotina dele no US em 2012). Conclusão: treine de forma inteligente e não como A ou B treina só por uma questão de ego. Entenda seu corpo e adeque os exercícios para que você consiga gerenciar a dor e mesmo assim manter o crescimento muscular.

No que tange o assunto suplementação, os principais suplementos que uso (ou um ou outro) para me ajudar com o gerenciamento de dor nas juntas são:

Tenho ótima experiência com estes dois, funcionam muito bem comigo, sem eles a dor é pior ainda. Além disso seguem outras dicas:

  • Aqueça: no meu dia de perna geralmente eu aqueço bastante, até notar que ao agachar sem peso não doi mais.
  • Alongue: alongamento também ajuda no gerenciamento dor nas articulações.

Lembre-se: parar ou não treinar perna não ajuda, só piora...pois exercitanto pelo menos você gerencia a dor, sem exercitar a tendência é a dor aumentar cada vez mais.

OBS: sempre procure o acompanhamento de um personal trainer e se for o caso de dores extremas de um ortopedista.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Uma Dose de Humildade

No passar dos anos e com a convivência com diferentes culturas e ciclos de profissões eu cheguei a conclusão que humildade é uma característica que falta para a grande maioria das pessoas que chegam ao ápice de algo, ou que pensam ter chegado ao ápice de algo em suas vidas. No mês passado quando estive em Fortaleza e lá participei de vários eventos, inclusive entrevistas em TV, ouvi pessoas que não me conheciam pessoalmente dizerem: “rapaz, você é muito simples, acessível, nem parece outras pessoas que alcançam algo na vida e tem um rei na barriga.” Eu idagava comigo mesmo: “mas o que me levaria a ser diferente?”....pois é, infelizmente tem neguim aí que grava uns dois webcasts, pega umas certificações e já se acha a bala que matou Kennedy.
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Eu já tive oportunidade de trabalhar com pessoas extremamente prepotentes, que se achavam o rei e por ser o rei poderia tratar todos como escravos. Lembro-me de ir visitar uma pessoa com este perfil quando eu gerenciava um projeto em Fortaleza. Na época eu já tinha um certo nome no mercado, já tinha um livro lançado (CCNA – lançado em 2001) e por um conjunto de outros fatores que não vem ao caso, peguei este projeto para gerenciar. Fui para esta reunião com o Rei, que estava marcada para 3 horas da tarde. Cheguei pontualmente, ou melhor, cheguei 2:50. Fui anunciado ao Rei que de longe olhou para mim, mas não acenou e nem fez nenhum outro gesto que mostrasse que estava a par de minha presença...simplesmente olhou para mim como seu eu fosse nada. Muito bem, fiquei a espera do Rei, literalmente do lado dele, pois de onde ele estava ele me via. E o tempo foi passando....3:30, 4:30, 5:30.....6 horas....ou seja, depois que o expediente acabou ele me atendeu. Mês passado ouvi falar que este Rei perdeu tudo, o cargo, a pose e até a saúde...moral da história: tudo é passageiro, inclusive seu reinado.
Mas não é só na área de TI que eu vejo este tipo de compartamento, é em qualquer área. Como todos sabem desde 2011 venho mudando meus hábitos físicos e alimentares, em Junho deste ano disputei meu primeiro campeonato de fisiculturismo aqui no Texas (ver antes e depois aqui) e realizei um sonho de adolescente que era competir neste esporte. Nessa jornada de dois anos e meio que se transformou em um estilo de vida (pois não parei neste campeonato, irei continuar competindo pelo menos uma vez por ano), também conheci muitos atletas, bodybuilders aqui nos EUA, alguns amadores (da liga NPC) e outros profissionais (da liga IFBB PRO). Ontem mesmo eu e minha esposa estivemos com Nathalia Melo, que é Brasileira, já foi Ms Olympia, criada em Fortaleza/CE, que é uma pessoa super humilde e acessível, porém nem todos são assim. Em Fortaleza mês passado tive a oportunidade de ver pessoas que praticam o fisiculturismo e mesmo sem nunca sequer ter ganho um campeonato Brasileiro, que dirá um campeonato internacional, se comportam como se fossem o Mr Olympia, se achando maior que tudo e que todos. Aqui também acontece isso, e hoje mesmo me expressei sobre isso no meu Instagram. Novamente, nem todos são assim, mas o fato é que NENHUM deveria ser. Seja seu orgulho mental (por tudos que alcançou com sua inteligência, estudo) ou físico (por tudo que alcançou com a construção de um corpo perfeito para seu esporte), todos nós vamos nos encontrar em um caixão um dia, morto.
O seu legado não será suas fotos ou seus livros ou artigos que você escreveu, e sim o que você foi como pessoa, como você tratou outros e como você influenciou positivamente as pessoas. Mas também não se engane, existem “falsos profetas” que são extremamente acessíveis via rede social, porém quando você se aproxima dos mesmo no “face to face” eles lhe tratam como se você não existisse, como se vc estivesse pedindo esmola por uma foto ou por um aperto de mão. Infelizmente as redes sociais criaram celebridades falsas, que se vendem como um exemplo de simpatia, mas na vida real não demonstram sequer respeito com o próximo.
Para todos é sempre bom lembrar: uma dose de humildade por dia faz muito bem para sua saúde e para a saúde dos que te admiram!

quarta-feira, julho 09, 2014

O País e o Time de Futebol

Pela primeira vez na minha vida (tenho 39 anos) eu não fiquei fervoroso em época de Copa, mas convivi em casa com duas torcedoras fervorosas (minha esposa e minha filha mais velha) e soube respeitar sem problemas. Minha opinião estava formatada desde o começo e bate muito com este vídeo, que particularmente achei sensacional e me identifiquei com ele. Ontem quando o Brasil perdeu e me manifestei nas redes sociais (fechada apenas para “amigos”), fui criticado de anti-patriota. Porém, isso eu não sou, até mesmo porque eu tenho dissernimento para diferenciar entre um time de futebol (que pertence a CBF – que é uma instituição tão corrupta quanto o Governo Federal) e o país que vivi por 27 anos da minha vida, o qual não tenho nenhuma restrição de dizer: sou Brasileiro.  (Foto abaixo da copa de 2006).

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Infelizmente o que externei em 2010 quando o Brasil perdeu, aconteceu de novo este ano, o famoso patriota de 4 em 4 anos. Eu não queimo bandeira como muitos fizeram no Brasil, pelo contrário, aqui em minha moradia nos EUA eu tenho um bandeirão do Brasil sempre extendido na minha sala de exercícios, pois eu não escondo de onde sou e faço questão de mostrar. Eu não preciso torcer por um time de futebol, me pintar de verde e amarelo a cada 4 anos para dizer que sou patriota, mas depois achar as cores bregas. Desculpe amigo, esse não sou eu.

Eu não preciso cantar a famosa marketeira musiquinha “Brasileiro com muito orgulho”, pois as coisas que me orgulham no Brasil eu exponho com precisão e não de forma generalizada e hipócrita, como por exemplo a extrema mão de obra qualificada na área de tecnologia que temos, onde todos anos exportamos profissionais de TI para o mundo todo. Profissionais esses que assim como eu aprenderam tudo no BR, com a faca no dente começando de baixo e galgando seu espaço no mercado. Sou orgulhoso dos profissionais de Educação Física no BR, que para exercer legalmente sua profissão precisão estudar 4 anos na faculdade, obter uma graduação de nível superior para poder ser considerado um Trainer legalmente, coisa que não precisa aqui nos EUA. Sinto orgulho dos profissionais do fisiculturismo brasileiro que mesmo com todos produtos sendo tão caros, eles priorizam a saúde, alimentação correta e treinos pelo amor ao esporte. Sinto orgulho do Professor que ganha pouco e ensina por puro amor a profissão. Pra isso eu sinto orgulho, mas não preciso entrar num transe comercial para cantar uma musiquinha que funciona bem a cada 4 anos para expor meu patriotismo.

Por isso meu caro (e minha cara), antes de acusar alguém de não ser patriota, primeiro conheça bem a pessoa (pois quem me conhece, meus amigos de fato nunca me chamaram disso), e também, antes de acusar faça sua parte fora da copa, quando tiver pegando ônibus lotado, não furando fila, sendo honesto, esperando sua vez, respeitando o pedestre, não dirigindo bêbado, em suma: cumprindo as leis básicas, pois isso sim é respeitar o país.

Pra frente Brasil, o país!

domingo, abril 20, 2014

Risco – Muitas Vezes ele é Essencial para seu Crescimento

Vários motivos me levaram a escrever este post agora, mas acho que um dos principais foi o fato desta ser a minha décima Páscoa aqui nos EUA. Cheguei aqui em Dezembro de 2003 e em Abril de 2004 eu tive a minha primeira Páscoa aqui, e na época estava sozinho. Naquele ano (2004) o filme Paixão de Cristo do Mel Gibson estava sendo lançado e causando uma polêmica grande por ser extremamente real e mostrando sem cortes a violência vivida por Jesus. Não tinha carro na época não tinha como fazer nada de ônibus (ônibus aqui nas redondezas de Dallas é mais em downtown). Meu amigo Brasiliero que chegou seis meses antes de mim, Vandy, já estava mais estabilizado, com carro e lembro de irmos assistir este filme juntos: eu, ele e a esposa dele. Lembro-me que na época eu estava muito deprimido pois já estava quatro meses sem ver minha esposa e filha e sem previsão delas virem. Porém, após ver todo o sofrimento de Jesus no filme eu simplesmente achei que o meu sofrimento não era nada.
Muito bem, essa foi a introdução deste post, mas não está diretamente relacionado ao título do post. O título está relacionado ao fato de que quando tive a oportunidade de vir para os EUA eu avaliei com calma e aceitei arriscar. Quando digo arriscar é devido ao fato de que eu vivia um excelente momento profissional no Brasil, estava fazendo algo que sempre quis fazer durante o período da noite, que era ministrar aula em uma Faculdade, tinha acabado de me mudar para um apartamento melhor, em uma excelente localidade. Resolvi praticamente jogar tudo para cima e vir mesmo sem ser algo certo. Como assim Yuri, não era certo? Não vim diretamente para Microsoft como funcionário, vim como terceirizado com contrato de 1 ano. Contava que após este 1 ano eu me efetivaria ou que o contrato seria extendido. Esse era o grande risco: trocar o certo pelo duvidoso. Mas o duvidoso era mais promissor a longo prazo, mas eu deixava para trás filha, esposa, e toda a família....tive que vir só sem data certa para revê-los.
Quando saí do Brasil estava com a minha casa toda montada e quando cheguei aqui, durante cinco meses foi assim que vivi:
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Essa era toda minha mobilia, um local para estudar e falar com minha família via MSN Messenger. Note o detalhe na direita do cochão de ar, pois é, no quarto não tinha nada, dormia na sala.
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Essa foi minha primeira TV aqui, comprei usada do meu amigo Vandy. Ela ficava de frente para o cochão de ar na sala.
Mas Yuri, me por que está falando tudo isso agora? Estou falando tudo isso agora devido ao fato de que venho ouvindo várias amigos se lamentando que o Brasil não vai bem, que quer se mudar, etc etc. Porém, em rápidas conversas vejo que muitos tem uma percepção que vão chegar aqui já com todo o padrão que tinham no Brasil, que está tudo aqui (aqui nos EUA ou em qualquer outra parte do mundo) esperando por eles. Que toda moral e respeito profissional que a pessoa tem no Brasil vai ser imediatamente conhecido aqui. Bem, lamento afirmar mas na grande maioria das vezes não é assim. Você tem que estar disposto a ralar, começar do zero mesmo, se reinventar muitas vezes e viver situações que você não viveu no Brasil. Situações agradáveis e desagradáveis, porém se você estiver focado em fazer acontecer e investir para colher no futuro, vai dar certo. Uma das grandes vantagens que vejo de morar aqui nos EUA é que você ver seu progresso transformando seus sonhos em realidade devido a imensa quantidade de oportunidades que o país lhe da. Não é que da de mão beijada, da com muito trabalho....e como. Para começar aqui não tem essa penca de feriado que tem no Brasil, não tem garantia nenhuma para o trabalhor (como carteira assinada), aqui é de fato um país capitalista....e como é bom que seja assim, pois você é reconhecido e evolui por custa exclusivamente do seu trabalho. Hoje, nesta décima Páscoa aqui, eu não tenho dúvida que todo sacrifício inicial valeu muito a pena e com certeza se tivesse que fazer tudo de novo, faria sem dúvida.
Em fim, acho que isso tudo pode ser sumarizado em uma frase que ouvi em uma palestra, que diz:
“Be able to, at any moment; sacrifice what you are for what you will become.”
“Ser capaz de, em qualquer momento, sacrificar o que você é para o que você vai se tornar.”
Se você for capaz de se reinventar para um futuro melhor, você tem grandes chances de ter sucesso na sua vida pessoal e profissional.

terça-feira, março 25, 2014

Usando ITIL para Aprimorar sua Condição Física

Peraí Yuri é sério isso? Vai misturar TI com cuidados com a saúde/corpo? Vou sim, tem alguma regra dizendo que não pode? Se tiver, vamos acabar com esse mito! Como uma boa parte de vocês já estão sabendo, venho escrevendo um livro em inglês que aborda o tema de alcançar o seu melhor. Este livro está sendo feito em parceria com a Jodi Miller, que é uma profissional da área de educação física, Ms Olympia Natural em 2011 e 2012, que mora aqui na região de Dallas e está previsto para ser lançado aqui nos EUA no verão deste ano. Muito do que estamos escrevendo neste livro é baseado em experiência pessoal sobre o assunto, e para mim que sou originalmente da área de TI, é totalmente comum tentar aplicar boas práticas desta área no meu dia a dia “não relacionado a TI”, e é aí que entra o ITIL.

Quem é da área de TI sabe o que é o ITIL e um dos estágios do ciclo de vida do serviço (Service Lifecyle) é o CSI (Continual Service Improvement). O principal foco do CSI é aumentar a eficiência através da maximização da efetividade e otimização do custo do serviço. Beleza Yuri, entendi, mas o que isso tem haver com minha mudança física ou com minha manutenção física? Muito bem meu caro, para começar você tem que entender que a manutenção física não deve ser jamais vista como “manutenção” e sim como “melhoria”. Sempre há espaço para melhorar. Se você corre 5K, que tal tentar 6K e depois 7K e quem sabe chegar a 10K? É um processo continuo de melhoria, correto? Com isso chegamos à frase do Doutor W. Edwards Deming, que disse: “Melhorar constantemente, e para sempre” (“Improve constantly, and forever”).

No mundo de hoje, seja na área de TI ou na vida pessoal, é pouquíssimo provável que você de fato queira apenas manter, você quer melhorar sempre, e isso faz parte. Com a depreciação de tudo, se você apenas manter, vai chegar uma hora que você vai começar a perder, então o processo de melhoria continua usado no ITIL pode também ser aplicado a sua melhoria continua de vida, de saúde e de condicionamento físico. Inclusive o modelo do CSI mostra isso claramente, veja:

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Fonte: https://www.ucisa.ac.uk/~/media/Files/members/activities/ITIL/continual_service_improv/ITIL_Introducing%20Continual%20Service%20Improv%20pdf.ashx

Seguindo o diagrama acima, é possível notar que tudo começa com uma visão, nela você estabelece seu objetivo. No meu caso minha visão era: quero um dia poder estar apto a competir em um torneio de fisiculturismo. Essa visão, foi estabelecida em Outubro de 2011 e desde então a visão continua sempre a mesma, porém tudo que é necessário para que aquela visão seja alcançada faz com que a engrenagem continue movendo. Em seguida vem a pergunta: Onde estamos agora? Essa pergunta eu me fazia a cada três meses (no primeiro ano), trata-se da autoavaliação. Para alcançar minha visão eu tinha que começar emagrecendo 100 libras, e com isso meu primeiro ano foi basicamente de emagrecer e fazer uma reeducação alimentar.

A pergunta seguinte era parte do processo de autoavaliação, algo que me dava dados tangíveis do que fazer daquele ponto em diante para continuar melhorando, ou seja, a pergunta era: onde você quer chegar? Era preciso ter foco no destino e este destino poderia ser através de metas trimestrais (que era meu caso). Após entender aonde você quer chegar, vem à pergunta: o que devo fazer para chegar lá? Como diz o diagrama, este é o ponto de melhorias e reengenharia. Isso pode ser alcançado com mudanças na dieta, inclusão de nova suplementação, trocar algum suplemento que não está surtindo os resultados devidos, trocar o treino ou fazer ajustes no treino. Rever o que está sendo feito e melhorar para chegar ao próximo destino.

Chegamos agora na avaliação trimestral (no meu caso), e vem à pergunta: consegui chegar lá? Como mostra o diagrama agora é a hora de rever as métricas. No caso corporal, ver o peso, o percentual de gordura, etc. Depois disso vem a grande pergunta na parte esquerda do diagrama: como continuar mantendo este momentum? Bem, aí vem o fator auto motivação, pois muitas vezes o resultado não é o que você esperava e é aí que muita gente desiste, pois acha que foi um sacrifício por água abaixo. Porém, imagine se na tecnologia da informação os gerentes, gestores desistissem de um projeto só porque a coisa não está andando como deveria, imagina? O que será que aconteceria com este profissional? Demissão, claro!

O ITIL é fantástico quando aplicado na prática em um ambiente de TI, porém venho notado que os princípios básicos também podem ser replicados no dia a dia independente de TI, e isso faz com que a coisa comece a fluir melhor, pois você fica mais engajado em fazer acontecer. Eu já estou nesta estrada da mudança a exatos 2 anos e 5 meses, e como eu disse nesta foto que publiquei no meu Instagram, a melhor forma de você ver seu próprio progresso é olhar para trás e ver de onde você começou.

Chega dessa história que profissional de TI tem que ser assim:

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2014, rumo a visão final do projeto!!

sábado, março 22, 2014

Metade do Primeiro Ano

Hoje completam seis meses que meu Pai partiu, não sei ao certo se tenho a dimensão correta do tempo, pois não o vi no caixão, não vi o enterro e na minha memória a única imagem que tenho dele é vivo. Não sei ao certo como será meu re-encontro com ele, ou melhor, conhecer seu túmulo quando for ao Brasil. Talvez vai ser o momento de entender que essa fase da vida passou, agora ele é eterno e está sempre ao meu lado.

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Muita gente pensa que sempre fui “apegado” com meu Pai, e a verdade é que não foi sempre assim. Meu Pai saiu de casa eu não tinha nem quatro anos completos, eu não tenho memória nenhuma do meu Pai brincando comigo quando criança, não tenho memória nenhuma de tomar um café da manhã com meu Pai ou dar um beijo nele antes de ir dormir. Todas minhas memórias de infância são com minha mãe e com minha vó Albertina, que morava conosco. Meu relacionamento de adolescente com meu Pai também não foi muito amigável, brigavamos muito, talvez por sermos parecidos em alguns aspectos.

Foi preciso eu crescer, formar uma família, ser Pai para de fato entender o quão importante é ter um Pai. Estou casado a 15 anos, e durantes estes últimos 15 anos foi que tive um excelente relacionamento com meu Pai. As vezes você precisa de fato crescer, ter sua própria experiência como Pai para entender os motivos que levaram seu Pai a fazer algo ou a não fazer algo. O tempo e a experiência lhe trazem paciência e saber, use-os da melhor forma possível.

Hoje, seis meses depois da partida do meu Pai, ainda tenho vários momentos de pensar nele, de sentir saudades de falar com ele, de ouvir ele dizendo: “diga aí mestre!”. Lembro-me de uma conversa que tivemos quando ele ficou sabendo que precisaria fazer uma transplante de fígado. Eu disse: “Rapaz, pense pelo lado positivo, o senhor vai ter um fígado novinho agora, só não pode voltar a beber viu!”, ele sorriu no telefone e disse: “É verdade meu filho”. Queria muito ter tido uma conversa com ele antes de ele ter partido, uma conversa onde nós pudessmos falar um para o outro, não como foi, que eu falava, ele ouvia mas não podia responder. Eu sei que ele ouviu tudo que eu disse, mas como é duro lembrar que não pude falar com ele pessoalmente e ouvir a voz dele pessoalmente. Seis meses se passaram, a vida continua, todos os filhos dele estam bem, e todos guardam uma grande lembrança do Pai que tiveram. Seis meses se passaram, a ferida vai sarando mas a saudade é eterna!

Para finalizar, achei um texto no Blog do meu Pai chamado “Eu Te Amo”:

Quando eu Morrer...

Não quero ninguém chorando, pois para onde vou não haverá choros, só quero que vc se lembre, se um dia chorou por alguém ou deu seu ombro para alguém chorar.

Não quero que ninguém diga que eu era um bom homem, pois o grande juiz estará me esperando para refletir sobre minha vida, só quero que você se lembre se um dia foi bom para alguém, se fez caridade.

Não quero ninguém lamentando que terá saudade, pois serei espírito, e estarei em todos os lugares, só quero que vc se lembre das vezes que conversamos e sorrimos juntos.

Não quero ninguém debruçado sobre meu caixão. Alisado meu rosto demonstrando amor, pois amarei a todos. Só quero que você se lembre se um dia me Disse “Eu te amo”.

Lendo este texto, gostaria de dizer ao senhor meu Pai: sei que nós não dissemos “Eu Te Amo” com a frequencia que deveríamos dizer, em 38 anos de vida, eu me lembro as poucas vezes que dissemos isso um para o outro, e talvez por isso que hoje em dia eu diga isso todos os dias para minhas filhas, para minha esposa e para minha mãe. As vezes precisamos errar por muito tempo para de fato aprender, nós erramos juntos e aprendemos juntos, cabe a mim agora passar este ensinamento as minhas filhas. Obrigado por me ensinar.

Fique em paz meu querido, te amo!

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

O Silêncio como Aliado

As eleições no Brasil se aproximam, e venho notado hoje no Facebook, o que acontecia em 2010 no Orkut, um crescimento imenso de provas que a “direita” é melhor que a “esquerda” e vice versa. Uma série de opiniões que exaltam não o que é bom no sistema que a pessoa defende, mas o que é ruim e podre no sistema do outro.

imageEm 2010, após as eleições no Brasil eu perdi amigos, perdi parentes devido a divergências de visões políticas. Por mais que eu tente me convencer que se os que deixaram de falar comigo foram por que não souberam dicernir os dois temas (política e amizade) ou até mesmo política e sangue (como é o caso da família), existe também um lado meu que diz: se você não tivesse rebatido um argumento nada disso teria acontecido. E as vezes é isso que é preciso ser feito, ou pelo menos é isso que irei fazer: silenciar-me e não externalizar preferências políticas. Essa conclusão veio também depois de ler este texto do meu Pai, escrito em 30 de Outubro de 2010 (ver original aqui http://ediogenes.zip.net/arch2010-10-24_2010-10-30.html ):

E agora que a eleição passou?

Oi, um bom dia pra vc. Está feliz seu candidato Ganhou parabéns. Parabéns pra vc também que o candidato perdeu... Parabéns pra todos nós que soubemos torcer, escolher e votar, sem perder a alma com ódios destruidores contra aqueles que não combinavam com contigo. Parabéns por saber que nem todos podem preferir o vermelho, há os que gostam do azul, e aqueles que não gostam de nenhuma destas cores preferem verdes. Parabéns por vc que lutou por seus ideais, Sem esquecer a Lei do Amor, que Cristo... mesmo crucificado implantou entre nós. E agora a eleição passou e vc que ofendeu, destratou, rachou com seu irmão que vai fazer? Será que no dia a dia aquele candidato vai segurar tua mão com amizade? Limpar tuas lagrimas no choro de desilusão... o orar por ti no teu momento de dor? Mas, não estar tudo perdido aquele que sofreu Calado, com certeza, sabe perdoar e está de abraços aberto para te abraçar num longo e emocionante ato de perdão... Tome a iniciativa, antes que Ele pense que nunca mais tu queres Teu perdão... Vai lá abraça...beija...só isso, não precisa falar nada pois os corações falarão por todos.

Vai lá, Deus esta assistindo e torcendo para que isso aconteça.

Escrito por ediogenes às 11h47

Meu Pai também perdeu amigos e familiares por discordância política e a história se repetiu comigo. Neste ano, após analisar todos os lados resolvi que de agora em diante vou me silenciar quanto a este assunto. Já tenho muita coisa para me preocupar na vida e externar preferência política, discutir ideais e defender ideologias são coisas que não são prioridade, pelo contrário, só iram me trazer stress.

Mais uma vez, obrigado Pai por me mostrar os caminhos.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Ensinamentos do meu Pai – é possível mudar mesmo tendo uma ideologia

Já fazem dois dias seguidos que sonho com meu Pai, o primeiro sonho foi um pouco triste pois foi uma lembrança de quando ele estava no hospital e eu estava do lado dele, a diferença é que ele estava falando comigo. De ontem para hoje o sonho foi muito melhor, pois ele estava sorrindo, com um semblante de paz e ao lado do meu irmão Otávio. Eu me aproximava chorando do meu irmão, e meu me abraçou e disse: calma, tá tudo bem. De longe meu pai sorria e acenava dando adeus.

Talvez estes sonhos estejam ocorrendo com essa frequencia devido a o texto que me vem martelando na cabeça já faz uma semana. O texto foi criado depois de ver estas pessoas que estam segurando a bandeira de uma ideologia que mesmo sabendo que na prática está tudo errado, continuam achando que o que vale é não perder a ideologia. Pois bem, vou lhe contar o motivo pelo qual o Yuri Diogenes ex esquerda, militante virou direita e admirador do capitalismo.

Cresci com a imagem do meu Pai no Sindicado da UFC (Universidade Federal do Ceará), o qual foi parte da coordenação por quase 10 anos. Cresci indo para o comicio do Brizola (nas eleições de 89) e depois do Lula (no segundo turno contra o Collor). Cresci com meu Pai indo para o Natal na casa da minha vó vestido de Fidel Castro e chamado todo mundo de “companheiro”. Ao nascer meu Pai me deu o nome de Yuri, em homenagem ao Russo Yuri Gagarin, era a esquerda reinando dentro de casa. Eu tinha tudo para ser esquerda e adorar a ilha do Fidel.

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Uma das fotos do meu Pai palestrando em um evento do SINTUFCe.

Quando o Lula ganhou foi uma festa, todos achavam que a salvação tinha chegado, afinal era a esquerda no poder, tudo que sempre lutamos para ter, o povo no comando. Porém, com um ano no poder meu Pai já detectou que tudo estava caminhado contra a tal da “ideologia”, para começar com a mudança abaixo:

“Antes da aprovação desta lei, o trabalhador tinha direito a se aposentar e receber seu benefício integral ao completar 35 anos de contribuição. Desde então o movimento sindical luta pela extinção do Fator Previdenciário. Durante o governo Lula, o Congresso Nacional chegou a aprovar uma lei que o extinguiu, mas Lula vetou essa lei.”

Fonte: http://cspconlutas.org.br/2012/09/governo-quer-instituir-idade-minima-para-a-aposentadoria-de-60-para-mulheres-e-65-anos-para-homens/

Entre essas e outras meu Pai começou a se sentir traído pelo movimento, traído por quem tanto lutou e entendeu que a tal da ideologia não passava de uma fantasia vivida no papel e na teoria que ele tanto estudou e ensinou (tendo em vista que era Professor de História).

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Meu Pai na sua sala na Universidade Federal do Ceará, antes de entrar no Sindicato.

Quando apareceu a chance para mim vir morar nos Estados Unidos eu perguntei ao meu Pai o que ele achava e ele disse: “meu filho vá sem medo, siga seu destino e vença. Eu estava errado todos estes anos lutando por um ideal, uma filosofia que não existe além dos livros. Vá para um país capitalista e conquiste seu espaço.” Este foi sem dúvida um momento em que eu vi o que é de fato uma pessoa mudar. Nimguém tem idéia o que significa essa mudança, ver um fervoroso sindicalista de extrema esquerda perder totalmente o amor pela causa devido a sabiamente saber enchergar os fatos. Coisa que não é para todo mundo, pois hoje em dia ainda tem muita gente, mas muita mesmo que se agarra em um idealismo e não muda independente dos fatos ao seu redor. Nunca mais meu Pai votou pelo PT, Dilma então ele nem aguentava ouvir falar. Ele de fato mudou!

Meu Pai me ensinou que mudar é possível, mesmo quando vivemos uma vida inteira acreditando em algo que aparentemente é tão certo quando o dia que vai nascer. Meu Pai me mostrou que o valor do homem está em visualizar a mudança, digerir o orgulho, dizer quer errou, aceitar as consequencias e aconselhar ao filho a fazer diferente.

Mais uma vez, onde que que o senhor esteja: obrigado meu Pai por este legado!

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Motive as pessoas para trabalharem melhor sendo positivo

Já venho trabalhando neste mundo corporativo há 21 anos e nos últimos 10 anos aqui nos EUA. Ao passo que tive excelentes gerentes em vários locais que passei tanto aqui quanto no Brasil, ainda é comum encontrar os que não conseguem motivar as pessoas a fazerem melhor. Não há forma melhor de motivar alguém que ser positivo, é simples assim. No trabalho, em casa, na academia, seja onde for o positivismo nas palavras transmitem uma segurança que a coisa “pode acontecer” de verdade, e mesmo que você não esteja lá ainda, é possível chegar.

imagePor muito tempo sempre ouvi dizer que gerente tinha que ser durão; até mesmo bruto às vezes, porém se isso foi verdade no passado, hoje só vale para gerente de boi ou de peão. O mundo corporativo não aceita mais o tipo “jumento alado” que acha que para gerenciar precisa ser ignorante e sempre mostrar superioridade com os funcionários. Quando falo mundo corporativo, falo de grandes empresas, claro, nas pequenas empresas ainda é uma realidade ver muito “jumento alado” que tenta inspirar os outros dando ordens e “descascando” o cara se ele entregar 99% e ficar faltando este 1%.

Vamos a um exemplo de resposta de e-mail que da ênfase no que está de errado e depois fala do que está certo:

De: Gerente Negativo

Para: Funcionário

Assunto: Estado Atual do Projeto

Olá meu caro,

Li seu projeto e acho que está longe de ficar pronto. Tem muitas falhas na sessão de requisitos da solução e o diagrama com o desenho da nova infraestrutura está péssimo. Enderece estes pontos urgentemente e depois conversamos.

Vale salientar que o restante parece ter ficado bom.

Abraços,

Gerente Negativo

Bem, neste exemplo o gerente já entrou com os dois pés nos peitos do cara, de cara enfatizou o que esta ruim na documentação do projeto. Notem apenas trouxe provas que dois pontos estavam errados: falhas na sessão de requisitos da solução e o diagrama da infraestrutura. O que leva a crer que todo o resto do projeto estava como ele disse “bom”. Porém, ao invés de salientar o lado positivo ele preferiu enfatizar o lado negativo. Agora vamos ao mesmo email, mesmo assunto enviado por um gerente motivador, que quer ver o time produzir e ver seus funcionários felizes no que fazem:

De: Gerente Motivador

Para: Funcionário

Assunto: Estado Atual do Projeto

Olá meu caro, tudo bem?

Li seu projeto e está muito bom. A Introdução está ótima, você cobriu bem todas as áreas da infraestrutura atual e justificou com excelência o motivo pela qual eles precisam implementar isso de imediato. Excelente trabalho!

Porém, tenho duas sugestões que gostaria que você seguisse para concluirmos esta documentação:

- Reveja a sessão de requisitos da solução e tente expandir os detalhes técnicos para que fique mais claro o que será preciso dele. É importante que coloquemos isso em pratos limpos. Beleza?

- O diagrama com o desenho da nova infraestrutura precisa ser revisado para conter mais detalhes da solução. Se precisar de ajuda me avise e trabalhamos juntos neste diagrama.

Tudo certo? É basicamente isso, estamos quase lá! Parabéns pelo trabalho até o momento e vamos em frente fechar este projeto!

Abraços,

Gerente Motivador

Aposto que ao ler o segundo email chega você ficou feliz né? É outro impacto meu amigo. Você não destrói a pessoa primeiro para depois dizer que tem algo bom nela. O gerente motivador usa palavras chave (em amarelo) para mostrar apreciação no trabalho do funcionário, mostrar que o que ele fez é importante. Além disso, o gerente motivador, também usa frases motivacionais nas entrelinhas (em verde) para estimular o funcionário a continuar sua produção, mostrar que também está engajado neste trabalho e pode contar com ele para qualquer tipo de ajuda e deixar claro que ele acredita no funcionário.

imageO fator motivacional está totalmente relacionado com o fator produtivo, sem motivação é complicado produzir, mesmo que você tenha um excelente salário. Já está comprovado que um gerente ruim é a razão principal que faz uma pessoa sair de um emprego. Não existe uma definição precisa de “gerente ruim”, existe um conjunto de características que fazem um gerente ser qualificado como ruim, e o negativismo com certeza é um deles.

Motive seu pessoal a produzir melhor, seja positivo!