Essa semana saiu no portal do Terra uma reportagem com as 10 profissões mais estressantes do mercado e adivinha quem está em primeiro ultrapassando até a profissão de médico? Pois é…triste dizer que é justamente a profissão de TI.
Eu já vinha sentido os sintomas do estresse causado pela minha profissão há muitos anos, apenas não queria admitir que existia e quando admitia apenas interpretava que era “normal” e não tinha como mudar. Por sorte entendi que tem e é possível mudar.
Comecei nesta área em 1994 e de lá para cá passei por várias funções, cargos e experiências que me fizeram enteder o que era melhor para mim, minha saúde e minha família. Quando saí da área de suporte em Fevereiro de 2011 sabia que era um passo importante para minha carreira. Trabalhar como Escritor Técnico, pesquisando, escrevendo sobre a tecnologia, lidando direto com os gerentes de produtos, desenvolvedores do produto e podendo impactar de forma proativa (ao invés de reativa como fiz durante anos) foi de fato o motivo principal da mudança. Mas teve um ponto ainda primordial nisso tudo: trabalhar 100% do tempo de casa.
O fator trabalhar de casa foi algo que pesou muito, por vários motivos. Primeiro eu teria mais tempo para ficar próximo à minha família, isso não tem preço! Depois veio o fator flexibilidade, pois trabalhando de casa eu tinha mais controle sobre meu tempo, sobre minha alimentação e minha vida em si! Sem contar que para mim, trabalhar de casa me fez muito mais produtivo.
Claro, trabalhar de casa requer uma série de cuidados, porém existem dois que são cruciais no meu ponto de vista e na experiência que eu tenho tido nos últimos dois anos que estou fora do escritório:
- Disciplina: é preciso ter disciplina para trabalhar de casa. Criar seu horário de trabalho e cumprir este horário. Ir além quando preciso, mas não ir além sempre só por que está em casa.
- Mostrar-se ativo: muitas vezes o impacto de estar fisicamente em um local (como uma reunião) pode ser considerado maior do que quando você está em uma reunião via Lync, ou Live Meeting, etc. É aí que você precisa provar o contrário e ser ainda mais ativo nas reuniões, mostrar seus pontos e passar feedbacks dos pontos externados por outros participantes.
Não tenho escolha, tenho que trabalhar muito!!
Essa é uma afirmação cruel, pois sei (já passei por isso) que há momentos na vida que essa afirmação é real, mas saiba, lá na frente você vai pagar o preço por isso. Eu paguei o preço me tornado obeso (até 2011 quando resolvi mudar meus hábitos alimentares), mas um dos preços principais veio recentemente quando ouvi da minha filha mais velha:
“O senhor não teve uma participação tão ativa como na minha infância quanto tem na da minha irmã.”
E não tive resposta a não ser: você tem razão minha filha!
Isso ocorreu devido a um fator simples: trabalhava demais. Saia de casa de manhã ela estava dormindo, chegava a noite ela estava dormindo. Aos sábados dava aula o dia todo e só a via a noite. Em suma, só sobrava o Domingo e eu de fato estava morto, sem energia (gordo e sem preparo físico) para brincar com ela. Isso é um tempo que não tenho como recuperar…a infância dela passou e com isso passou a chance de eu ter tido um impacto maior. Por sorte ela é uma excelente menina e entende tudo isso. Cabe a mim não deixar que isso não ocorra de novo nesta nova fase da vida dela e que jamais ocorra com a minha filha mais nova.
Como eu mencionei neste artigo que escrevi, coloque as coisas em ordem e priorize a família. Cresça como profissional, mas procure fuja das doenças do mundo corporativo. Viva uma vida saudável, pois da tempo sim de cuidar de você, é só você querer.
Abraços e até a próxima!
